O sabiá

A cidade de São Paulo, onde tenho o privilégio de morar, desde o início da década de 70. Pude comprovar que a maioria dos seus moradores é descendente de antigas civilizações que se tornaram apreciadores da qualidade de vida.

Refiro-me particularmente o hábito do plantio e conservação de várias espécies de árvores que disputam espaços entre ruas calçadas, postes, fios de alta tensão e arranha-céus principalmente na região dos jardins.

Os pássaros de várias espécies aproveitam estas árvores para formar suas famílias e viverem felizes. No segundo semestre de todos os anos, sou agraciado pelo cântico do sabiá.

Gosto de acordar bem cedo e me sinto maravilhado com o seu gorjeio. É como se a inocência desta ave, durante o seu canto produzisse uma sinfonia que é capaz de acalmar e me desarmar, contra os infortúnios do meu dia a dia, me trazendo paz. Como se Deus usasse o pássaro pra me dizer, que a vida é um milagre que se renova sempre.

Minha meditação e exercícios matinais tornam-se uma celebração. Minha energia se agiganta, cada músculo do meu corpo entra em sintonia fina produzindo um bem estar incomparável, com um desfecho sublime, pois contemplo o nascimento do sol, com o céu mostrando uma mistura de cores ímpar. Cada dia com seu formato mais arrebatador, uma pintura de beleza única, transformando o universo em uma paisagem nunca conseguida por nenhum pintor que eu tenha visto.

Isto é a confirmação da magia da vida. Os ingredientes a natureza dispõe, ser feliz é uma opção.