Culex quinquefasciatus
- Admin
- 17 de ago. de 2018
- 3 min de leitura
Acredite! Mas foi com este nome que os cientistas batizaram o nosso pernilongo, este do tipo mais comum, de aparência questionável, facilmente encontrado nas casas das pessoas do Oiapoque ao Chuí, principalmente no verão, com a ocorrência de chuvas.
Conhecido e odiado por todos incluindo o Ministério do Meio Ambiente, Ongs, Sociedade Protetora dos Animais e até o Green Peace. Ninguém que eu tenha notícia se importa que você mate um, ou um monte deles de uma vez só.
Estou certo que quanto mais eficaz você for, na pratica desta matança, mais admirado você será, ainda que o palco desta batalha seja seu quarto e nas paredes fiquem evidenciadas as provas do crime. Pois, o sangue arrancado dos estômagos dos Culex pertence a você, comprovando o serial killer que você se tornou.
Dizem que tudo que a natureza produz tem um propósito, mas, no caso deste pequeno inseto ela caprichou na quantidade e na sobrevivência, pois, sua disseminação tem sido desproporcional ao crescimento das populações humanas.
Na cadeia alimentar, o culex está no cardápio de sapos, lagartixas e peixes o que é bom! Os peixes estão no nosso cardápio. Mas, seus predadores naturais estão diminuindo e a quantidade de pernilongo aumenta de forma assustadora, enquanto a média de pessoas nas casas talvez seja de quatro indivíduos, o mínimo destes insetos deve passar de cem por moradia.
Pelo menos duas vezes por semana, tenho dormido sem proteção adequada, contra este minúsculo bichinho especialista em retirada sistêmica de sangue. Descobri para minha tristeza, que só tenho uma opção, se realmente quiser dormir.
Quando estou quase dormindo, ouço o primeiro bzibzizbzi sinalizando que o meu algoz saiu da sua trincheira, armado até os dentes para me devorar, sugando meu sangue, deixando meu corpo com pelotas vermelhas, muita coceira e extremamente irritado, fazendo com que meu sono desapareça por completo e no dia seguinte o meu humor fica comprometido.
Mas, como não sou um rato, tento enfrentar o inimigo com as armas que disponho: Acendo a luz, fico de pé, empunho uma toalha umedecida para aumentar o peso, mexo com minha cabeça para os dois lados para destravar o pescoço, escolho um local estratégico e espero que o primeiro voe como helicóptero em direção da minha alça de mira e disparo o meu torpedo, quero dizer a toalha, na maior velocidade que consigo.
Paro por um instante para avaliar os estragos. Não consigo na maioria das vezes encontrar o cadáver e ainda sinto que o meu disparo foi acima do que eu podia porque o meu ombro começa a doer. Deito-me novamente, apago a luz e tento me acalmar, quando estou quase conseguindo, eu sou atacado sem aviso em dois ou três lugares ao mesmo tempo.
Aí fico valente! Faço uso indevido de arma química e tenho a sensação de ganhar uma batalha, mas descubro que perdi a guerra porque na embalagem da minha arma tem propaganda enganosa, do tipo: “terrível somente contra os insetos”, sou afetado, pois, o ingrediente ativo da minha arma me deixa com alergia.
Moral da história, nestes tempos de competição generalizada entre as espécies do planeta; fico pensando: imaginem se um biólogo fique maluco e resolva criar uma espécie de culex que além de tirar sangue de quem tem, transmita um vírus novo, mais potente que o da AIDS, ZICA e do EBOLA juntos, pode ser pior do que a falta d’agua na terra.
A coisa é brava, e as alternativas para uma convivência pacífica com estes guerreiros incansáveis que eu saiba são três:
Ponha tela nas portas e janelas da sua casa e seja cauteloso para entrar ou sair, eles estão espreitando qualquer vacilo, entra na sua casa e escolhem lugares que você nem imagina, e você esta “ferrado”.
Se muda para algum lugar onde a temperatura durante o ano todo é menor de 0 grau centígrados, imagine a delícia que é comer gordura de foca todos os dias.
Vira beduíno e vai morar no meio do Saara, você pode se divertir quando tiver Rali, tipo: Paris-Dakar.
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